quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sexualidade e responsbilidade em debate

Os educadores do ProJovem Urbano Pólo 3 discutiram no ultimo planejamento sobre sexualiade e responsabilidade.  O grupo abordou subtemas que permeiam o tema integrador e que se acredita, relevantes para o desenvolvimento de uma discussão mais instigante que fuja da reprodução de "daquelas aulas de educação sexual" que muitas vezes tratam esta temática de forma reducionista e descontextualizada. Tais discussões sugerem a ampliação da compreensão do conceito de sexualidade
Foram sugeridos textos para o debate nos grupos e embasamento das atividades.

Seguem alguns trechos:
Grupo 3 – Gravidez e prevenção
Texto: Da “gravidez na adolescência” como um problema demográfico

Segundo Michel Foucault (1997), a partir do século XVIII a “população” torna-se um problema econômico e político. No cerne desse problema está o sexo, sendo necessário analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, os nascimentos legítimos e ilegítimos, a precocidade e a freqüência das relações sexuais, a maneira de torná-las fecundas ou estéreis, o efeito do celibato e das interdições, a incidência das práticas contraceptivas. É a primeira vez que, de maneira mais constante, uma sociedade afirma que seu futuro e sua fortuna estão ligados à maneira como cada um vive seu sexo. Sua administração faz dele um importante “princípio regulador” da população, dando margem a medidas massivas, a estimativas estatísticas, a intervenções que visam todo corpo social ou grupos tomados globalmente. (...)

In:  Altmann eMartin, Helena & Carlos José. A SEXUALIDADE NA JUVENTUDE COMO FOCO DE INVESTIMENTO POLÍTICO-EDUCACIONAL[1] disponível em : http://vsites.unb.br/ih/his/gefem/labrys10/riogrande/helena.htm

Grupo 5 – Comunicação e abuso sexual .
Texto:IVETE SANGALO FAZ SUCESSO COM UMA MÚSICA QUE FAZ APOLOGIA À PEDOFILIA.
Ivete Sangalo fez sucesso neste Carnaval com uma música que faz apologia à pedofilia, a Lobo Mau. A música se inspira na fábula do “Lobo Mau e o Chapeuzinho Vermelho” que desde os anos 90 é tida como uma alusão ao abuso sexual de criança. Referindo-se à menina, o refrão da música é “vou te comer, vou te comer, vou te comer.” Diz também: “Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina, que eu vou atrás.”

Antes do Carnaval, Ivete, que já cantava a música em shows, afirmou que a “Lobo Mau é massa”. “Ela vai bombar no Carnaval”. De fato, a Lobo Mau foi um dos hits deste Carnaval, Mas não com a ajuda do pagodeiro Tatau, da banda O Back. Ele se recusou na Bahia a cantar a Lobo Mau.

“Essa música é uma vergonha”, falou ele ao mesmo tempo em que tentou poupar a cantora.
“Sei que foi minha amiga Ivete Sangalo que começou a divulgar isso, ficou engraçada na voz dela, mas eu não vou cantar. Canto todas as músicas, menos essa."
Tatau é um dos divulgadores da campanha deste ano do Ministério Público da Bahia contra a pedofilia. Carlinhos Brown e Claudia Leitte também estão ajudando o MP. No ranking da violência sexual, incluindo a pedofilia, a Bahia está em quarto lugar. Em 2009, até 15 de novembro, o Disque 100 recebeu 1.438 denúncias. Durante o Carnaval, este tipo de violência se intensifica.

Grupo 4 – Comunicação e sexualidade: desvalorização x hiperexposição
Texto:O Titanismo na Comunicação e na Cultura: os maiores e os melhores do mundo
 
(...)Quando o homem não mais pode tolerar sua incômoda situação de busca infinita pelo significado fugidio da linguagem, o símbolo é então gradativamente substituído pela imagem devoradora, no processo que Norval Baitello Júnior, em diálogo com a pesquisa de Dietmar Kamper, chama de iconofagia.
A respeito da iconofagia, N. Baitello Jr. afirma:“Assim, o mundo das imagens iconofágicas possui uma dimensão abismal. Por trás de uma imagem haverá sempre uma outra imagem que também remeterá a outras imagens.” (N. Baitello Jr.:21/05/02 : 3)Esse processo, exacerbado no século passado, continua a adquirir contemporaneamente cada vez mais força, em um movimento histórico que concilia os novos valores da globalização (econômicos e mercadológicos) com a implantação de uma estética da quantidade e da velocidade, titânicas e bem traduzidas na voracidade da iconofagia apontada pelo autor:
“Quanto mais aumenta a avidez (por imagens), menos seletiva e menos crítica se tornam a sua recepção e a sua oferta. Quanto menos seletiva e menos crítica sua recepção, tanto menos vínculos e relações, tanto menos fios e elos, tanto menos horizontes e expectativas, tanto menos consideração por tudo que está ao lado, tanto menos ética, tanto menos história. No desgaste e na perda da capacidade de vincular, de relacionar, é que se dá a inversão do processo devorador: de devoradores indiscriminados de imagens passamos a ser indiscriminadamente devorados por elas.” (N. Baitello Jr.: 21/05/02: 4)
(Malena Segura Contrera -Artigo publicado no livro Mídia.BR - Livro da XII Compós - 2003, Ed. Sulina)

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